sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Scolari!

Tão importante foi a notícia da "suposta" agressão de Felipão a um jogador da equipa adversária, que por momentos todos os assuntos da actualidade foram deixados para segundo plano. Mais uma vez, comprova-se o prestígio que esta modalidade tem entre nós, e a atenção desmesurada, em minha opinião, que lhe dedicamos.
Gosto de futebol, não nego, gosto sobretudo de assistir aos jogos do meu Benfica e da nossa selecção. Sempre gostei de Scolari, pelo trabalho que tem vindo a fazer com os jogadores, assim como da pessoa que me parece ser, dado que não tive o prazer de o conhecer pessoalmente. Sejamos sinceros, uma pessoa que consegue mobilizar todo um país para a colocação de bandeiras por todo o lado e que vibra e chora nos encontros decisivos, é uma pessoa que merece o nosso obrigado e a nossa simpatia. Não é, na minha opinião, simplesmente um trabalhador da federação que recebe o seu pagamento pelos serviços prestados e vai para casa, é uma pessoa que gosta do que faz e quer levar o nome de Portugal cada vez mais longe.
Não sou a favor da violência, e não sou a favor da atitude que este homem teve no último jogo, no entanto, sejamos realistas e admitamos que ninguém é perfeito, e ninguém pode dizer que numa situação de pressão, não sucumbe a actos irreflectidos.
Não estou a defender a atitude, acho que o treinador tem que ser sempre o exemplo para os seus jogadores, mas convém perceber toda uma conjectura que levou a esta alteração. Gostei de o ouvir ontem na conferência de imprensa, pediu desculpa com a humildade que lhe conhecemos e admitiu que poderá vir a ser sancionado com razão.
Acho que a memória dos portugueses não anda no seu melhor, neste país as pessoas passam de "heróis" a "vilões" a uma velocidade que assusta. Depois de tudo o que tem feito por nós, melhor, pela selecção portuguesa, houve pessoas que tiveram a coragem de dizer assim de rompante que este homem deveria deixar de ser treinador. Não pode ser assim, no "melhor pano cai a nódoa", e a confiança que temos vindo a depositar no seu trabalho, não pode desaparecer de um momento para o outro devido a uma atitude impensada, provocada pelo calor do momento.
Não sejamos hipócritas e vamos apoiar o Scolari a a nossa selecção agora que mais precisam!
Convém relembrar o episódio com Zidane, considerado melhor jogador do mundo três vezes pela FIFA, que no último jogo da carreira na sua selecção, devido a palavras pouco simpáticas que um jogador adversário proferiu, exaltou-se e deu-lhe uma valente cabeçada no peito. (Só para reforçar a ideia de que pode acontecer a qualquer um.)

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